quinta-feira, 21 de julho de 2011

Antigos e Apavorantes

Eu sou alucinada por filmes antigos. Tenho até uma máxima pra isso: “menos cor, mais emoção”.  Isso é mais verdadeiro ainda quando falamos de filmes de terror.

A produção de cinema fantástico/horror teve um caminho glorioso até encontrar um triste fim na década de 90. Sim... Porque depois disso (salvo raríssimas exceções) veio o que, além de remakes e mais remakes?
Antes da febre dos filmes adolescentes (oi, Pânico!), era necessário muito mais do que sangue e vísceras pra assustar alguém. Era preciso inteligência no roteiro, sutileza, construção e desconstrução de personagens, aprofundamento... Era preciso vivenciar o filme, experimentá-lo como se fosse real. Daí o medo! Daí os pesadelos! Daí o TERROR!! 

Pra quem gosta do gênero, recomendo as seguintes películas:


Desafio do Além 
(The Haunting, 1963)

Esse é pra guardar e assistir todo ano, de noite, sozinho na casa escura. O filme conta como Eleanor Lance, mocinha trintona e solitária, e mais duas pessoas são convidadas pelo Dr. Markway para participar de um experimento psíquico numa casa com um passado bastante sombrio.  Não vai demorar muito para que Eleanor comece a perceber que algo muito errado está acontecendo com o lugar.


Dirigido por Robert Wise (Amor, Sublime Amor e A Noviça Rebelde), o filme impede a platéia de decidir rapidamente se tudo é real ou é apenas a fragilizada Eleanor afundando em sua loucura crescente.

Preciso dizer que teve um remake? A Casa Amaldiçoada (1999), com Liam Neeson, Lili Taylor, Catherine Zeta-Jones e Owen Wilson. Mico generalizado pra todos eles.

Trailer de Desafio do Além (1963)



Nosferatu, Uma Sinfonia do Horror 
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922) 



De todas as versões já produzidas da obra de Bram Stoker, essa é a que mais me impressiona e é a única que realmente me assusta. O filme, dirigido por Murnau (Fausto e Tabu), é mudo e em preto e branco, o que contribui enormemente pra construção de uma atmosfera pesada, de horror, fielmente reproduzida por imagens fortes e atuações assombrosas. 

Trailer de Nosferatu (1922)



O Gabinete do Dr. Caligari 
(Das Kabinett des doktor Caligari, 1920)

Esse não poderia ficar de fora, afinal, é conhecido por muitos como o primeiro filme de terror da história!

Dois grandes amigos tem seus destinos selados quando conhecem o Dr. Caligari e seu escravo, o sonâmbulo Cesare. Fiel ao movimento expressionista da época, o filme é uma orgia de formas bizarras e exageros propositais, que geram um sentimento onírico, como se estivéssemos participando da produção imaginária de um louco. Bom... Quem sabe, né?

Trailer de O Gabinete do Dr. Caligari (1920)



Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (1922)

Este “documentario”, dirigido por Benjamin Christensen, apresenta a história da bruxaria desde a antiguidade até os tempos modernos, utilizando técnicas e narrativas variadas, misturando realidade e fantasia. Com um começo quase sacal, o filme envolve lentamente o espectador , que nem imagina as imagens fortes que estão por vir.

Definitivamente, Häxan é um filme pra ser visto mais de uma vez para ser devidamente apreciado.  Com certeza vocês vão se dar conta da quantidade de referências a essa obra que podem ser encontradas em produções tardias, como O Bebê de Rosemary e O Exorcista, entre tantos outros.


Trailer de Haxan (1922)




 
Inverno de Sangue em Veneza 
(Don’t Look Now, 1973)


Esse me dá arrepio só de escrever sobre ele.

Conta a história de um casal, John e Laura Baxter, que resolve passar um tempo em Veneza pra tentar reconstruir a relação, conturbada após a morte trágica de sua única filhinha. Na cidade, estranha fora do período turístico, eles conhecem duas irmãs idosas. Uma delas é uma médium cega que afirma ter um recado da criança morta: o casal deve tomar cuidado, pois algo muito ruim pode acontecer em breve. Depois disso, John passa a ter visões de sua filha correndo pelas ruas de Veneza. Falar mais seria tolice! Assistam! 

Trailer de Inverno de Sangue em Veneza (1973)



Os Inocentes 
(The Innocents, 1961)

A linda e brilhante Deborah Kerr interpreta uma governanta contratada para cuidar de duas “adoráveis” criancinhas, numa mansão afastada. Após alguns acontecimentos bizarros, ela se convence de que a casa está assombrada e que precisa proteger, a todo custo, os seus pequeninos.

Aliás, menção honrosa pra atuação das duas pestinhas que interpretaram divinamente bem os papéis de Miles e Flora. Arrepios até na alma!

Sim, sim... Existe um remake: Lugares Escuros (2006), com Leelee Sobieski massacrando o papel da Deborah Kerr.

Trailer de Os Inocentes (1961)



Outros títulos que não podem ficar de fora:


- Rebecca, A Mulher Inesquecível (Rebecca, 1940)
- O Bebê de Rosemary (Rosemary’s baby, 1968)
- A Maldição do Demônio (La maschera del demonio, 1960)
- Irmãs Diabólicas (Sisters, 1973)
- A Inocente Face do Terror (The other, 1972)
- Suspiria (Suspiria, 1977)

Divirtam-se!





Nenhum comentário: